quarta-feira, 27 de abril de 2011

Pra começo de conversa...

Cris Cyborg: ícone de um esporte em construção, o MMA feminino.


Olá, me chamo Jeane, tenho 28 anos e sou muito apaixonada por MMA feminino. Não me considero tão experiente assim no assunto, tampouco sou uma neófita. Busco aqui um espaço pra expôr livremente idéias, fomentar discussões e enriquecer o debate sobre a presença das mulheres no esporte que movimenta milhões de corações e mentes, o MMA (Mixed Martial Arts - antigo vale-tudo). Criei esse blog com o intuito de compartilhar minhas impressões sobre lutas femininas, sobretudo as do Strikeforce e do Bellator, que têm mais destaque na grande mídia, mas sem deixar de prestar atenção em outros eventos. Vasculhando na net, não encontrei nenhum blog direcionado ao WMMA. Talvez  este não seja o primeiro, e, se for, ficarei feliz em poder contribuir mais com um assunto que logo estará na boca do povo.


No entanto, discutir o WMMA parece ser tarefa delicada. Não gosto de sexismos, de opinões machistas e nem de senso comum - o que predomina nos escritos desse gênero. Os fóruns sobre MMA, em grande parte, são um território árido, permeado por opiniões agressivas e grosseiras. Posicionamentos prá lá de misóginos (não sabe que palavra é essa? Pesquise!). Fica a pergunta: por que não falar desse esporte incrível de forma elegante? Creio que o meu querido colega Nico Anfarri preencheu, magistralmente, esta lacuna. Seus escritos são um deleite para aqueles que sabem apreciar a beleza selvagem de dois (ou duas) em uma jaula. Nico Anfarri consegue traduzir a emoção pro papel (ou pra web). Aviso, de antemão, que não tenho esse intento (e nem talento).


Não sou lutadora, a não ser dessa vida imensa. Também não sou educadora física. Talvez meu olhar não tenha o respaldo técnico que alguns poderiam exigir. Mas é um olhar de quem acompanha apaixonadamente o MMA e sente falta de um espaço pra discutir MMA feminino, para além do velho questionamento: "podem as mulheres lutar ?". Nem me detenho mais nessa indagação (inútil). Depois da existência de atletas do porte de Cris Cyborg, Megumi Fujii, Tara LaRosa, Satoko Shinashi, Sarah Kaufman, Gina Carano,  Zoila Frausto, Jessica Aguillar, Marloes Coenen e Miesha Tate, é até vergonhoso  voltar aos antigos questionamentos.



Atualmente, a pergunta que se coloca ao MMA feminino, na minha opinião, é essa: o que fazer para encontrar boas lutadoras e como treiná-las para que alcancem um nível excelente? Vamos pensar no futuro... Não tenho muita paciência pra justificar com argumentos feministas porque não devemos ter preconceito em relação a entrada das meninas nesse esporte. Isso eu deixo para outras e outros. Melhor é falar sobre o que já existe, celebrar as glórias concretas e o sabor amargo de um esporte que oscila entre o quase anonimato e a insistência de quem ainda vai rir por último e acabar descobrindo que assim se ri melhor. E longa vida às lutas de mulheres!

Um comentário:

  1. Parabéns pela iniciativa, e aposto que é pioneira neste segmento que precisa de divulgação sobre este esporte, que está cada vez mais em evidência e em prática pelo mundo todo, para o público e atletas do gênero feminino.
    Parabéns, Jeane!!
    Beijão!

    ResponderExcluir