terça-feira, 31 de maio de 2011

O JEJUM DE CRIS CYBORG: há o que temer pelo futuro da atleta?

Imagem da promoção da última luta de Cris Cyborg, em 26 de junho de 2010

Sem lutar há quase um ano, quando enfrentou Jan Finney em junho passado, ganhando por nocaute, Cris Cyborg encontra-se atualmente, bastante frustrada com as perspectivas de novos desafios em sua carreira. O jejum está tão grande que a própria lutadora teme pelo seu futuro, sobretudo no que diz respeito aos seus ganhos e patrocínio, já que um e outro se avolumam quando ela está lutando, ou seja, em evidência. Mas há tempos que Cris está fora dos cages, e, por conseqüência, dos holofotes também.
Não é demais lembrar que a atleta curitibana da Chute Boxe migrou para os Estados Unidos em 2008 porque, o MMA feminino na Brasil, ainda vivendo numa fase embrionária, não lhe oferecia quaisquer possibilidades de ascensão profissional. Contratada pra lutar no extinto Elite Xc, Cris, qual um diamante bruto, ainda um pouco desajeitada, destruiu cada oponente que se atrevia a dividir o cage com ela, mostrando, com muitos punchs, joelhadas e quedas, que aquele espaço é pra que reine sozinha, sem quaisquer coadjuvantes. Luta após luta, Cris Cyborg ia mostrando uma grande evolução de sua técnica, que, aliada à força acima da média, tornava-a uma atleta praticamente imbatível.
Cris continuou nesse ritmo até ganhar credibilidade pra enfrentar a estrelíssima Gina Carano, em 2009. O resultado desse combate, todos sabemos. Após essa luta, que entrou pra história do MMA feminino, a carreira de Cris Cyborg, que deveria ganhar uma excelente projeção, acabou seguindo por outros caminhos. Apenas lhe ofertaram dois combates na fase pós-Gina. No início de 2010, fez a sua primeira defesa do cinturão contra Marloes Coenen, outra atleta incrível. Mas, como esse cinturão, nem José Aldo em seus dias mais inspirados pode lhe tomar, Cris venceu com garra, superando a formidável técnica da oponente holandesa, praticamente a única atleta que lhe enfrentou em condições de igualdade.
Com o marido e grande incentivador, o também lutador Evangelista Cyborg

Certa vez, Marloes Coenen disse, em entrevista, depois de ter lutado com a Cris, todo e qualquer soco que tomasse de outra adversária, seriam como beijos. Já imaginaram o peso da mão dessa mulher? Será que é por medo desse punch que as adversárias fogem do embate? O triunfo de Cris Cyborg é justamente o seu maior problema: o altíssimo nível que alcançou, que tem espantado oponentes ou lhe rendido lutas medíocres, como sua última contra Jan Finney (corajosa essa moça). Se Cris Cyborg fosse uma lutadora mediana, haveria filas de atletas para lutar com ela. Mas ela não é mediana. As outras é que são.
Outro problema é a categoria da Cris, 145 pounds, que possui poucas atletas em nível de competição. E, detalhe, não há como a curitibana baixar o peso. Já é alta demais, magra, mas ao mesmo tempo bastante musculosa e definida, logo já tem o peso limite. Desta forma, baixar-lhe o peso é uma tarefa impossível, considerando a queda de rendimento que isto poderia lhe trazer. O marido, Evangelista Cyborg, disse que ela só baixaria de peso se cortasse uma perna. Vemos que ela está no limite de sua forma física. Não vamos ficar tristes pelo que não vai acontecer, que era, inclusive o meu sonho, de vê-la lutando na categoria de 135 pounds. Adoraria ver um combate da Cris contra Sarah Kaufman, Liz Carmouche ou Germaine de Randamie.
Enquanto essas lutas acontecem apenas nos meus devaneios sartreanos, muito tem se especulado sobre o futuro de Cris Cyborg. Já foi dito que lutaria no tele-catch americano, que iria pro Japão, que irá lutar no Brasil em agosto, que o Strikeforce está tentando conseguir alguma oponente, que ela vai se dedicar apenas à sua academia nos EUA. Mas não sabemos ao certo o que há de concreto por trás disto. Só sabemos que é lamentável uma atleta, em uma fase tão espetacular, ficar tanto tempo sem fazer o que mais sabe: destruir adversárias, dar show para os fãs, orgulhar brasileiras e brasileiros, e, de quebra, ainda fazer história com tudo isso.
Recebendo mais uma premiação como lutadora do ano: ela foi premiada em 2009 e 2010

Um comentário:

  1. Gostei do teu blog, vou seguir.

    Sou muito fã da Cris, espero que achem uma adversária à altura logo.

    Um abração!

    Israel

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